segunda-feira, 18 de maio de 2009

O fim de uma era

É com alguma naturalidade, e penso que o que irei escrever não é nem será novidade para ninguém que tenha acompanhado a vida académica Covilhôca, ou mais correctamente Covilhanense.

Soube à poucos minutos atrás que a grande mascote da tão famosa e odiada ARCA nos deixou à umas semanas atrás. É verdade, o nosso Spínola foi de vez! Segundo apurei, a recuperação do acidente que sofreu à uns meses atrás sofreu um revés e começou a perder o apetite, então ficou ainda mais magro do que já era, tornando o seu abate o único caminho a seguir.

Com este desaparecimento, vem-me há memória toda a história da nossa querida ARCA, que começou na década de 90 (do século passado, lol) e que tem agora, mais do que nunca o seu terminus.
Como o Estrela diz, "não há que ter receio em afirmar que a ARCA a acabou!". Sim acabou! As coisas só fazem sentido quando as pessoas que as criam ou as fazem mover se identificam com o que fazem. Não há mal em afirmar que acabou. O terminar não significa, nem tem de significar que alguma coisa correu mal, que foi um fracasso, que foi uma desilusão. Basta olharmos para tudo o que se passou naquela casa, as pessoas que por lá passaram, não só os residentes como também todos os nossos amigos, os nossos senhorios, a dona Irene, o café do Vitó e da dona Carmo, bem como as amizades e os laços que se criaram para ficarmos satisfeitos com o que vivemos e com o que ajudamos a manter.

Quem é que de nós quando sai do túnel da Gardunha não começa logo à procura da ARCA tentando primeiro localizar o prédio inacabado e depois é só olhar um pouco mais acima e lá está ela, a nossa ARCA? A quem é que o coração não começa a bater mais depressa à medida que nos aproxima-mos da saída para a Covilhã? Quem é que não começa logo a ser inundado de memórias quando vê a ARCA ou algum sitio da covilhã?

A era da ARCA, no meu entender e do meu pensar, terminou na altura exacta. Terminou quando as pessoas que nela habitavam ainda sabiam o que era pertencer à arca, ainda se identificavam com o seu passado e quando também o nosso curso sofreu uma mudança estrutural significativa. O nosso curso evoluiu, para melhor ou pior logo se verá e a nossa ARCA também evoluiu. A evolução não tem, nem pode ser mais, em quantidade. Nos últimos 2 anos, penso que fizemos uma coisa que só agora, em que reflicto sobre a vida na ARCA, me apercebo. Não angariamos novos caloiros para continuar o legado e penso que foi uma decisão extremamente correcta, pois 5 anos de vida em comum é muito diferente de uns meros e fugazes 3 anos a ritmo de Bolonha. Não apostamos no mais, mas apostamos no melhor, apostamos a longo prazo, apostamos em cimentar as amizades que na arca se criaram e desenvolveram. Obviamente não é com a frequência que todos desejaríamos mas ao menos criamos um grupo sólido que mantém contacto, em que sabemos que poderemos contar em caso de necessidade, tanto pessoal como profissional, pois uma opinião ou suporte são sempre melhores que a falta deles.
Podemos e devemos dizer orgulhosamente, que a ARCA teve o seu inicio, meio e fim e não se perdeu no tempo como tantas outras residências de estudantes na Covilândia. Marcou sem dúvida alguma toda uma era na Covilhã e nas nossas próprias vidas.

Agora com a partida do Spínola, foi o encerrar de vez do capítulo ARCA. Posso afirmar que até agora foi dos melhores capítulos que a minha curta vida já teve e sem dúvida alguma o mais marcante!!! Todos nós devemos ter orgulho no que fizemos!

Não é o tempo que marca as pessoas, mas sim as pessoas com quem se passa o tempo!!!!

(P.S. Adoria colocar umas fotos, mas o meu disco está em Portugal)

Um comentário:

Avô disse...

100% de acordo...

Viva a ARCA